sexta-feira, novembro 27, 2009

Havana, o plano abstrato de tuas ruas queimou-se no meu peito - sou hoje surdo ao apelo de outros lugares. É possível amar uma cidade como quem ama uma mulher? Só a distância cimenta o desejo de tuas roupas na varanda, do teu solo de terra (bolas de gude) que sentiram o áspero de meus pés. Vivi no exílio de uma cidade que não era a minha - exílio e saudade de uma cidade que eu pressenti, sem saber qual era. Havana, encarnaste-te ao meu redor sem me deixar o tempo de perguntar - és real, minha cidade? Pois soube que eras minha no momento em que te afastaste e esqueceste o peso de meus dedos sobre teu asfalto.

Um comentário:

Daniela Rodrigues Badra disse...

Oi Paulo,

Acredito que amar um homem seja bem diferente de amar uma cidade, mas entendo o que quer dizer...

A intensidade de um amor por um local é muito intensa tb, são sempre muitos odores, marcas, situações, sonhos realizados, tudo que se relaciona às impressões da nossa alma, e a engrandece assim como qdo amamos alguém...

Bonita comparação...
A plus ! ;-)