terça-feira, novembro 11, 2008

Você anda com ela, perguntando-se das razões de sua atenção continuamente derramada sobre a tua incerta figura. Durante meses, você foi objeto de uma curiosidade simpática, de certa sedução estéril. Você poderia entender a indiferença, o asco, você entende a violência do chão áspero. O carinho, no entanto, tem o efeito de um murro: tua balbuciante resposta não é capaz de te pôr no eixo. Tuas mãos, tua pernas, tua cintura, respondem ao golpe desarticulando-se, transformando-te em um corpo continuamente jogado para frente. Mas ela não cessa de gostar, a empatia.