sexta-feira, agosto 28, 2009

Sem terra,

sem labor,

sem a feiura toda desse mundo,

não haveria talvez essa minha saudade.


Você,

minha linda,

água limpa de um ribeirão,

você seria mais riacho

e mais cristal,

e mais grama onde sentar-me e sonhar sonhos bons.


Durmo, e acordo num susto

você estaria lá,

e não partida para um dia de carvão.


Meu coração,

negro,

seria mais negro

ou mais claro,

ou mais forte,

talvez

é certo que seria mais.


Não houvesse essa terra, o labor,

a feiura

mas há, e você ainda é rio

e ainda corre

cristalina.

Um comentário:

Daniela Rodrigues Badra disse...

Que lindo!
Não tinha lido esse ainda...

Sorte a de quem tem águas cristalinas onde se refrescar ;-)